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segunda-feira, 25 de julho de 2011
JACARÉ
O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) já foi abundante em muitos brejos,
mangues, lagoas, riachos e rios do Brasil. Apesar de sua ampla distribuição geográfica,
que inclui todo o leste do país e as bacias dos rios Paraná, Paraguai, Paraíba e São
Francisco, a espécie figurou na lista das ameaçadas de extinção. A situação crítica foi
resultado de muitos anos de caça predatória para a retirada do couro e consumo da
carne. A proibição da caça e a liberação de criações comerciais diminuiu muito a captura
de jacarés em geral, mas eles ainda vêm sofrendo com a destruição de seu hábitat, como
a mata Atlântica, por exemplo.
No Pantanal, região famosa pela abundância de jacarés, as populações da espécie
de papo-amarelo não são muito grandes. Extremamente territorialistas, eles não aceitam
a presença de muitos indivíduos nas proximidades e por isso não são vistos em
aglomerações de dezenas de animais, como os seus primos do Pantanal. Por se
alimentar de pequenos mamíferos e aves, o jacaré-de-papo-amarelo ajuda no equilíbrio
da cadeia alimentar, evitando a superproliferação de suas presas e o conseqüente
desequilíbrio ecológico.
O jacaré-de-papo-amarelo vive aproximadamente 50 anos e pode ser diferenciado
das demais espécies brasileiras pelo formato de sua cabeça, que é bem mais curta e
larga. As fêmeas da espécie colocam de 25 a 40 ovos em ninhos cobertos por folhas em
decomposição. Os filhotes nascem após 70 dias de incubação e, quando adultos, chegam
a medir 3 metros de comprimento.
Texto escrito especialmente para este site por Luciano Candisani,
fotógrafo da natureza com formação biológica
